Apenas um covarde

 

                Venho passando dificuldades, não sei como resolvê-las. Gostaria da ajuda de alguém, mas ninguém gosta de se meter nos problemas dos outros.

                Minha família nem está aí pra mim, meus conhecidos só me procuram quando precisam e se escondem quando preciso.

                Se morresse agora não faria nenhuma falta. Sei que deveria ser otimista, tentando resolver os meus problemas. Mas vejo-me tão desamparado, que prefiro a morte.

               Fugirei dos meus problemas, quero descanso. Sei que ninguém chorará pela minha morte. Mas e daí?! Não fará falta nenhuma as lágrimas de alguém. É melhor mesmo que ninguém chore por mim.  Sou um covarde que foge dos problemas e por isso mereço morrer só, sem ninguém.

              Vou seguir daqui para a ponte, mas alta da cidade, e dela me jogarei.

              Livrar-me-ei dos problemas e da minha vida. Tomara que não exista reencarnação, pois não pretendo voltar a este mundo. Não quero, mas viver, mesmo que me prometam a felicidade eterna.

          Patricia Calixto de Almeida

   


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